sexta-feira, 24 de outubro de 2008

De olho no DCE

Carolina Berger e Rodrigo Lois

A chapa "De que lado você samba? Oposição Unida" ganhou as últimas eleições do DCE, no semestre passado. Após quase um ano, os seus integrantes pouco fizeram pela resolução dos problemas do dia-a-dia do campus da Praia Vermelha. Seu discurso concentra-se na luta contra o Reuni.

O vídeo aqui sobre o mandato do DCE, ao mesmo tempo que abre os olhos para os problemas da universidade e de seus representantes, mostra que jornalismo pode ser feito com baixo orçamento. O potencial está mesmo é na criatividade...(continua abaixo)



...Gravar com uma câmera digital se mostrou uma excelente arma, já que pode ir em lugares complicados sem ser notada e não é tão ofensiva quanto a parafernália convencional. Com a câmera fotográfica, a entrevista fica mais leve, mais propícia para o entrevistado se expor. Se aproximar da fonte. Mobilidade, novas construções. Captar imagens e confissões a qualquer momento. Jornalismo mais flexível. Pegar os alunos reunidos também dá mais credibilidade, porque não foi montado nenhum cenário ou situação anormal para eles falarem.

Além da câmera digital, elemento conhecido intimamente por grande parte dos jovens, o fato de sermos nós os entrevistadores também contribuiu para o conforto dos entrevistados. Eles peceberam que vivemos a mesma realidade que eles e que podiam conversar informalmente sem serem julgados pelo interlocutor. Nesses depoimentos, as pessoas viam a importância de registrar suas insatisfaçoes, mesmo sem muita esperança de resolução.

No caso específico do nosso trabalho, que consistiu em criticar o DCE por não lutar pelas causas do dia-a-dia, percebemos que o buraco é muito mais embaixo. A gestão atual é tão fraca, que uma das entrevistadas achava que DCE era só o bar. E, possivelmente, ela não é a única que pensa dessa forma.

Em nossa aventura pelo campus, registramos em vídeo a maioria dos descasos existentes para com o patrimônio da UFRJ. Somamos a essas imagens entrevistas de estudantes para, em seguida, confrontá-las com o discurso dos representantes do DCE.
O grande problema dessa experiência foi editar os vídeos. Sem o mínimo de organização, manejar programas como Movie Maker e Adobe Premier pode se tornar um verdadeiro desafio. Mas a proposta é muito interessante, já que nos permite botar a mão na massa, participar de todo o processo, dando à reportagem mais a nossa cara.

E para quem não está acostumado a lidar com a linguagem audiovisual foi a oportunidade de perceber que um texto em vídeo precisa ser trabalhado como um texto escrito, no qual não bastam frases soltas. É preciso organizá-las para formar a coesão. Da mesma forma, tivemos que editar entrevistas e imagens gravadas separadamente para construir um texto dinâmico e coerente.

Foi um conjunto de experiências novas. Entrevistar, gravar, editar. Nosso início em um jornalismo que será desenvolvido no decorrer deste laboratório. Depois disso, sempre sentiremos necessidade de uma reportagem cujas regras serão ditadas pelo nosso estilo.

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